5 Filmes com significados ocultos
25 de Novembro de 2019

Nem tudo é o que parece ser!

Uma boa obra de arte nunca entrega todas as respostas. Enquanto boa parte dos entusiastas da Sétima Arte acredita solenemente que é preciso um mínimo de abertura às interpretações diversas em qualquer roteiro que se preze, alguns cineastas vão ainda mais longe e elevam as alusões, metáforas e entrelinhas a uma potência indescritível. Especialmente para você, que faz parte do time que adora passar horas, dias, ou até semanas refletindo a respeito de um determinado filme, o AdoroCinema preparou uma lista super especial de 5 filmes com significados ocultos. Aliás, vale lembrar que todas as produções presentes aqui conseguem se sustentar muito bem, mesmo fora do simbolismo! Vamos lá?

  • NÓS

Um dos realizadores contemporâneos mais adeptos à vertente de traçar paralelos socialmente relevantes (e atuais) através das tramas de terror e suspense é o diretor Jordan Peele, que recentemente lançou o aclamado Nós, estrelado por Lupita Nyongo'o. No enredo, os membros de uma família afro-americana precisan interromper suas férias quando descobrem que estão sendo perseguidos por versões malignas e bizarras de si mesmos. No filme, Peele usa a perseguição sanguinária de clones como subtexto para temáticas como desigualdade social, identidade negra, violência urbana e até mesmo polarização política. No entanto, conforme já foi dito, pode ser vista também apenas com uma obra de entretenimento, migrando entre momentos de tensão e alívios cômicos. A parte boa é que o filme acabou de estrear no Telecine e já está disponível em streaming!

  • CISNE NEGRO

Já conhecido por seus dramas extremamente densos e emocionalmente destrutivos, Darren Aronofsky ganhou ainda mais relevância com a realização de Cisne Negro, estrelado com maestreia por Natalie Portman e Mila Kunis. O longa gira em torno de uma bailarina que tem a chance de sua vida enquanto se prepara para interpretar a Rainha Cisne em uma adaptação de "O Lago dos Cisnes". Contudo, no meio de tudo isso, ela começa a sofrer alucinações e as intenções de todos ao seu redor passam a ser postas em cheque. Além de ser o queridinho nas premiações da época, o filme de Aronofsky ganhou força ao retratar questões de autoestima, ambiguidades entre delicadeza e brutalidade, e a busca incessante pela perfeição sob uma ótica psicológica evidenciada principalmente pelo cojunto entre atuações, direções de arte e fotografia, e representações artísticas.

  • MÃE!

Já que estamos falando no Aronofsky, nada mais justo do que citar sua obra mais recente. O controverso Mãe!, protagonizado por Jennifer Lawrence, Javier Bardem foi lançado em 2017 e trouxe reações completamente diferentes entre si. Começando sem muitas explicações, o filme narra a chegada de diversos visitantes indesejados ao lar de um casal em crise, mas aos poucos suas intenções macabras são reveladas e as coisas desandam a um nível inimaginável. Com claras referências bíblicas, o roteiro de Darren reconta alguns dos acontecimentos narrados nas escrituras com um toque mais atual, explorando reflexões que vão desde a forma como os humanos tratam a Terra até a violência verbal e física.

  • O HOMEM DUPLICADO

Baseado em um clássico de José Saramago e dirigido por Denis Villeneuve (A Chegada), O Homem Duplicado traz Jake Gyllenhaal interpretando Adam Bell, um professor de história que descobre ter um sósia bem sucedido e famoso em Hollywood. O rapaz persegue seu "gêmeo" e passa, aos poucos, a tomar as rédeas da vida do rapaz, até não conseguir mais adquirir senso de realidade. Apesar de ser considerada uma obra "menor" de Villeneuve, o filme entra na categoria daqueles que são compostos quase totalmente pelas alusões dentro do campo metafórico da narrativa — com direito a aranhas gigantes e tudo. Na trama, são dissecadas temáticas como infidelidade, autoestima e segredos particulares.

  • CORRA!

Novamente comandado por Peele, Corra! quebrou paradigmas ao dar para o cineasta o prêmio de Melhor Roteiro Original. Na história do longa, um rapaz vai visitar a família da namorada e descobre que suas atitudes estranhas, na verdade, possuem um motivo muito mais macabro e sombrio como plano de fundo do que ele sequer imaginava. Considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes desta década, Corra! inova ao misturar uma questão importantíssima nos dias de hoje, como o racismo estrutural, a uma narrativa com vários toques de ficção científica. O filme rapidamente caiu nas graças do público por sustantar-se não apenas como uma obra de terror, mas também como uma importante reflexão. Se você quiser conhecer mais sobre as obras de Jordan, aproveite para assinar o Telecine e assistir a seus dois últimos filmes!

Fonte: adorocinema

 

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